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Ajudamos o próximo por ser o certo ou apenas por não sabermos o dia de amanhã? Por Carlos Silva

Passamos a vida inteira, ou parte dela, reproduzindo alguns discursos de forma tão inconsciente, que geralmente vem acompanhado de um belo sorriso e a “enganosa” sensação do dever cumprido. Foi assim comigo e possivelmente é com você.
Cresci ouvindo, e ainda falam bastante, a seguinte frase: Nós temos que ajudar uns aos outros, ninguém sabe o dia de amanhã. Amanhã pode ser eu.
De forma direta e até certo ponto “atropeladora”, ou seja, com pouca ou nenhuma reflexão sobre o exposto, não encontramos nenhum equívoco, longe disso, elogiamos e nos posicionamos como de acordo com determinado pensamento.
Quero deixar claro que a intenção não é condenar quem pensa dessa forma, até porque, efetivamente, muios tem sido bastante solidários diante de situações que necessitam de qualquer colaboração que seja. O objetivo é plantar em você, leitor, uma dúvida, para que a mesma germine da seguinte forma: Ajudamos o próximo por ser o certo a se fazer ou por que não sabemos o dia de amanhã? 
Diante “do certo a se fazer”, isso acaba sendo óbvio e todos deverão concordar. Mas, sobre “não sabermos o dia de amanhã”, a de parecer que a caridade será usada como um crédito que deve se acumular e, em um momento de aperto ou necessidade, um ser superior vai olhar seu saldo e ajudar-lhe por isso de acordo com o que acumulou. De fato, muito estranho, porque não, egoísta. Inclusive, essa segunda parte da frase é sempre concluída com certo temor, receio, algo relacionado até a um pecado.
Imaginem, se soubéssemos como seria o amanhã e, por exemplo, prevíssemos que nosso fim não seria com uma doença que nos condenasse a ficar acamados, sem movimentos, necessitando de terceiros para tudo, inclusive para as necessidades fisiológicas. Sem este cenário, teríamos, se é que é possível, uma boa morte, com pouco sofrimento e certa lucidez.
Analisando a frase a fundo e sabedor da mesquinhez e egoísmo de muitos seres humanos, poucos ajudariam uns aos outros, até porque, “sei que nunca precisarei de ninguém, ele que se vire”.
Finalizo afirmando que devemos ajudar uns aos outros, porque isso é o que nos define como humanos, de fato, ou seja, a solidariedade, compaixão, sentir a dor do próximo pela perca que ele teve e darmos as mãos em uma corrente de luz e positividade. Portanto, façamos o bem, por ser o certo a se fazer, não por temor a punição ou por qualquer falta de reconhecimento que seja.
O amor deve sempre prevalecer!
Carlos Silva – Graduando em História pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB)
Da Redação/Portal Araçagi