O Internacional vai conhecer a segunda divisão em 2017. Neste domingo (11), o time gaúcho empatou com o Fluminense, no estádio Giuliete Coutinho (RJ) e terminou o Brasileirão em 17º lugar. Antes do gol de Douglas, o Colorado já caminhava para a Série B por conta dos resultados paralelos. Nos minutos finais, Gustavo Ferrareis fez um gol que não mudou nada. O histórico rebaixamento cria heróis e vilões na história do clube gaúcho.
A
38ª rodada do Campeonato Brasileiro também não ajudou. Às 18h13
(Brasília), quando o cronômetro em Mesquita marcava nove minutos do
segundo tempo, o Sport fez gol contra o Figueirense em Recife e
transferiu a luta do Inter para o Vitória. O time baiano saiu na frente,
levou a virada do Palmeiras, mas no saldo ainda ficaria a frente se o
Colorado vencesse.
Só
que nem vencer o Internacional conseguiu. Abalado pelos resultados
paralelos, o clube gaúcho perdeu o rumo de vez. Até o chute de fora da
área de Douglas, o time dirigido por Lisca tinha produzido muito pouco.
Surpreendentemente acanhado para quem precisava de muita coisa.
O
rebaixamento histórico cria heróis e vilões bem atuantes até o último
minuto. Na lista dos vilões aparecem os dirigentes, em especial Vitorio
Piffero e Fernando Carvalho. Entre os que se salvam estão três
jogadores: Danilo Fernandes, William e Seijas.
Quem se salva
Danilo
Fernandes: contratado em maio, o goleiro virou titular absoluto e foi
herói em várias rodadas. Com agilidade e boas defesas, evitou derrotas
piores e fez a torcida não sentir saudade de Alisson (vendido a
Roma-ITA). Já garantiu que segue no estádio Beira-Rio em 2017.
William:
em 2015 ele apareceu como novidade e solução caseira. Em 2016, virou
peça-chave da equipe ainda com Argel Fucks pela intensidade e bons
cruzamentos. Quando a equipe degringolou, virou o centro da formação.
Mesmo oscilando nas últimas semanas, é unanimidade na função e tido como
um dos injustiçados pela péssima organização do clube.
Seijas:
venezuelano assistiu de perto a confirmação da queda. Mesmo suspenso,
foi ao Rio de Janeiro acompanhar a delegação. O ato é apontado como
sinal de comprometimento
Quem vira vilão
Vitorio
Piffero: presidente do Inter entre 2015 e 2016, fica marcado como o
primeiro da história a levar o clube para a Série B. A jornada até lá
teve vários erros administrativos, contratações e demissões
contraditórias e péssimo resultado no campo. Além disso, uma boa dose de
arrogância quando o time começou a decair de produção. "Não vai cair
porque nunca caiu. Time grande não cai", disse Piffero à época.
Fernando
Carvalho: considerado maior presidente da história do Inter, por ter
dirigido o clube em 2006 e trabalhado no futebol em 2010, voltou em
agosto depois do pedido de ajuda de Piffero. Trouxe Celso Roth e manteve
o treinador durante 22 rodadas. Na reta final, ainda deu declaração
polêmica sobre a situação do time no Brasileirão pouco após a tragédia
da Chapecoense e virou alvo de inúmeras críticas.
Celso
Roth: treinador no segundo título da Copa Libertadores, em 2010, voltou
ao lado de Fernando Carvalho e durou 22 partidas. Saiu com 36% de
aproveitamento e sem conseguir tirar o time da zona da degola. Ainda
sofreu críticas pela resistência em usar Seijas e Nico López e pelos
conceitos.
Inter engana no começo do jogo
O
início do jogo deu a impressão de que o Internacional faria uma partida
histórica, mas foi só uma primeira imagem. Depois de marcar alto e
tentar abafar, o Colorado perdeu o controle antes dos 20 minutos. Passou
a ficar submisso e olhando o Fluminense explorar os lados. Danilo
Fernandes pegou pênalti após cobrança de Richarlison e injetou ânimo
antes do intervalo. Na etapa final o filme se repetiu. Começo em cima e
nada mais. Com três trocas em menos de 10 minutos, Lisca abriu a equipe
atrás da vitória e assistiu o Flu marcar e ficar à vontade. Aos 43,
Ferrareis aproveitou rebote e escanteio e acertou o canto esquerdo do
goleiro.
Fluminense perde pênalti e muitas chances
O
Fluminense entrou em campo sem nada a buscar, mas foi quem jogou bem.
No primeiro tempo teve duas grandes chances além de um pênalti perdido.
Na etapa final, se aproveitou do desespero e do abalo do Internacional
para controlar do seu jeito o jogo. Aos 30, fez boa jogada quando a
defesa do adversário era figurativa. Douglas chutou no canto e venceu o
goleiro. Depois, acertou a trave com Wellington.
FICHA TÉCNICA
FLUMINENSE 1 X 1 INTERNACIONAL
Data e hora: 11/12/2016 (Domingo), às 17h (Brasília)
Local: estádio Giulite Coutinho, em Mesquita (RJ)
Árbitro: Heber Roberto Lopes (SC)
Auxiliares: Kleber Lúcio Gil e Carlos Berckembrock (ambos de SC)
Cartões amarelos: Marcos Júnior (FLU); Alex (INT)
Gol: Douglas, aos 30 minutos do segundo tempo (FLU); Gustavo Ferrareis, aos 43 minutos do segundo tempo (INT)
FLUMINENSE:
Júlio César (Marcos Felipe); Wellington Silva, Nogueira, Henrique e
William Matheus; Edson, Douglas e Gustavo Scarpa; Wellington,
Richarlison (Marcos Júnior) e Henrique Dourado
Técnico: Marcão
INTERNACIONAL:
Danilo; William, Paulão, Ernando e Alex (Andrigo); Rodrigo Dourado,
Anselmo, Vitinho (Ariel), Anderson e Valdívia (Gustavo Ferrareis); Nico
Lopez
Técnico: Lisca
materia da uol
foto: da internet