O
ex-presidente da Federação Internacional de Futebol (Fifa) e ex-atleta
olímpico, João Havelange, de 100 anos, morreu na manhã desta
terça-feira (16), no Hospital Samaritano, em Botafogo, Zona Sul do Rio.
Ele estava internado para tratamento de uma pneumonia desde julho.
No
final do ano passado, Havelange foi internado no mesmo hospital em
decorrência de problemas pulmonares. Ele completou 100 anos de idade no
último dia 8 de maio.
O
brasileiro com raízes belgas foi um dos dirigentes mais importantes – e
também mais questionados – da história do esporte mundial. Ele foi
afastado do esporte em abril de 2013, quando renunciou ao cargo de
presidente de honra da Fifa. Dois anos antes, ele já havia deixado de
ser membro do Comitê Olímpico Internacional (COI).
Filho
de um comerciante belga que fez fortuna no Rio de Janeiro, João
Havelange chegou a ser atleta de diferentes modalidades. Mas destacou-se
mesmo como dirigente esportivo: primeiro na CBD, depois no COI e por
último na Fifa.
Havelange
foi eleito para Fifa em 1974, entrando no lugar do inglês Sir Stanley
Rous. Ele ficou no cargo mais até 1998, quando foi substituído pelo
suíço Joseph Blatter, que só saiu após a série de denúncias de corrupção
na entidade que causou a prisão de dirigentes – inclusive o brasileiro
José Maria Marin.
Segundo
o próprio site da Fifa, João Havelange comandou a entidade em um
“período de profundas mudanças na organização”. Dentre as principais
alterações, está o aumento no número de países na Copa do Mundo (de 16
para 32). Além disso, o brasileiro ajudou a criar novas competições de
futebol.
Entre
elas estão os Mundiais Sub-17 e Sub-20, no final da década de 80, e a
Copa das Confederações e a Copa do Mundo feminina, no início da década
de 90. De acordo com informações da página da Fifa, o número de
funcionários da entidade aumentou de 12 para 120 na gestão de Havelange.
Durante
a era Havelange, a Fifa organizou seis Copas do Mundo, mas a seleção
brasileira ganhou apenas uma delas, em 1994, nos Estados Unidos. Além de
ter feito parte dessa entidade por 24 anos, o carioca também presidiu a
CBD (Confederação Brasileira de Desportos), de 1956 a 1974.
A
presença de João Havelange como dirigente esportivo não foi ocasional.
Antes de frequentar escritórios, ele teve vivência assídua em campos,
quadras e piscinas. Foi daí que tirou a base para a carreira que viria
nos anos seguintes.