Um
prédio totalmente abandonado, sem portas, cercas ou segurança. Fezes
humanas e de animais, ponto de consumo de drogas e também de
prostituição. Esse foi estado encontrado em uma das creches em
construção do programa Proinfância durante uma inspeção realizada na
última sexta-feira (19), pelo Ministério Público Federal (MPF) em Sousa,
Sertão paraibano. A obra orçada em pouco mais de R$ 612 mil e realizada
com recursos federais, já foram gastos mais de R$ 400 mil.
A inspeção teve como objetivo coletar
subsídios, no âmbito de inquérito, instaurado pelo MPF, em 2013, para
apurar as irregularidades na construção da Escola Infantil Proinfância
Tipo C – Escola de Educação Infantil. O Inquérito Civil segue duas
diretrizes: a busca pela conclusão da obra e a responsabilização dos
agentes públicos responsáveis pelos visíveis prejuízos causados ao
erário. A obra teve valor orçado de R$ 612.507,69 de recursos federais do TC PAC2 00125/2011, dentro do Programa Nacional de Reestruturação e Aquisição de Equipamentos para a Rede Escolar Pública de Educação Infantil – Proinfância. No entanto, somente foram construídos 64% do prédio e, ainda assim, fora das especificações do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). A obra está abandonada desde novembro de 2012.
Logo após a inspeção desta sexta, o Ministério Público Federal expediu ofício ao FNDE solicitando informações sobre as condições de celebração de um compromisso de ajustamento de conduta entre o FNDE, o Município de Sousa e o MPF para viabilizar o término das obras da creche, seja com recursos remanescentes do convênio ou com recursos do próprio município.
Até o final de janeiro, ainda em data a ser definida, o Ministério Público se reunirá com o prefeito de Sousa para discutir as opções disponíveis à prefeitura para conclusão da obra.
Portal Correio