Mandados de busca e apreensão de documentos foram cumpridos nas cidades
de Guarabira (localizada no Agreste do estado, a 98 km de João Pessoa) e
Cajazeiras (no Sertão, a 468 km da Capital) na manhã desta sexta-feira
(18) com o objetivo de desarticular o esquema de uso de diplomas de
Medicina falsificados e comprados na Bolívia.
De acordo com a assessoria de comunicação da Polícia Federal na
Paraíba, os itens apreendidos pela operação 'Esculápio' serão
encaminhados ao estado do Mato Grosso, onde acontecem as investigações
do caso. O esquema de comercialização de diplomas falsos na Paraíba e em
outras 13 unidades federativas foi denunciado pela Universidade Federal
de Mato Grosso (UFMT).
A determinação para a realização da operação partiu da 7ª Vara Criminal
da Justiça Federal de Mato Grosso e tem o delegado Guilherme Augusto
Campos Torres Nunes à frente dos trabalhos. Além da Paraíba, os mandados
de busca e apreensão ocorreram em cidades do estados Acre, Alagoas,
Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Paraná,
Pernambuco, Rondônia, Rio Grande do Sul e São Paulo.
As autoridades suspeitam também de que alguns dos procurados teriam
solicitado o ingresso no 'Mais Médicos', que não pode contratar
profissionais formados no exterior.
Conforme denúncia da UFMT, os donos desses diplomas falsos teriam se
inscrito no Revalida, um exame que dá permissão para que médicos
formados no exterior possam atuar no Brasil. A instituição federal
informa que checou informações junto a universidades internacionais e
constatou que dentre os inscritos, 41 nunca foram alunos ou não
concluíram a graduação nos locais verificados.
Segundo a Polícia Federal, os investigados responderão pelos crimes de
uso de documento falso e falsidade ideológica. O responsável pelas
fraudes na Bolívia também será localizado.
O nome ‘Esculápio’ se refere ao deus da Medicina e da cura, segundo o que diz a mitologia greco-romana.